Certo dia, em uma conversa com outros amigos que vivem no plano espiritual, discutimos sobre a oportunidade da vida na matéria e suas dificuldades.
Todos nós, em algum momento, já passamos por essa experiência e sabemos o quanto é difícil viver na materialidade. Falando da Terra, consideramos este planeta uma escola, onde nos colocamos à prova e expiamos nossos débitos, pois todos os nossos maiores aprendizados foram vividos neste orbe maravilhoso e depurador de almas.
Em nossas conversas, cada um contou um pouco das suas experiências e, no geral, todos se lembraram dos momentos em que falharam em suas provas, caindo diante das tentações e demonstrando suas fragilidades diante dos sofrimentos.
Nenhum deles hoje sente que qualquer situação que possam ter vivido foi injusta. Todos entendem que foram reflexos do que são e de suas próprias escolhas. É unânime que, nos momentos de dor e sofrimento, todos tenham sentido que a vida era injusta ou que Deus jamais existiu.
É impressionante como o ser humano, ainda limitado aos seus próprios conceitos, costuma culpar os outros por suas falhas e fracassos.
Todos nascemos algumas vezes na matéria com propósitos e missões a cumprir, mas todos, em algum momento, falhamos e, durante a expiação de nossas falhas, nos achamos merecedores da misericórdia divina, não pelo arrependimento, mas por acharmos que fomos induzidos ao erro e que a culpa de nossas falhas era sempre do outro.
Agora, conversando e lembrando de tudo o que passamos e vivemos, percebemos o quanto éramos infantis, egoístas e egocêntricos. Não enxergávamos nada além dos nossos próprios narizes, e muito menos nossas próprias falhas e fraquezas. Não nos permitíamos saber realmente quem somos e agíamos como crianças mimadas que fazem escândalo em lugares públicos quando os pais não fazem o que elas querem.
Rimos bastante, foi uma conversa bem animada, mas com um profundo ensinamento: todos nós somos seres falhos, fracos e sujeitos aos prazeres mundanos que mexem e provocam a nossa natureza ainda em depuração. Nos colocamos à prova sempre que nos achamos prontos, mas na verdade só queremos antecipar um progresso que é naturalmente gradativo e lento.
A ansiedade, fruto dos nossos medos, também impera na espiritualidade e nos torna imediatistas, fazendo com que fracassemos e nos cobremos além do normal.
Espíritos de alta envergadura, mestres divinos, vividos e experientes, que levaram milhares de anos para chegar ao patamar evolutivo em que estão, nos preparam com suas palavras e ensinamentos. Mas entendemos que o maior professor da vida é o que vivemos, podendo ser o erro e o sofrimento. Somente a experiência ensina realmente, porque, por mais que compreendamos que as palavras e conselhos dos grandes mestres estão corretos, precisamos viver para aprender.
É impressionante como a alma humana é verdadeiramente corajosa. Não desiste nunca do progresso e, ao mesmo tempo, tenta, mesmo que receosa e insegura, enfrentar a si mesmo, os seus medos e se tornar melhor a cada dia.
Isso nos faz fracassar muito, mas demonstra a nossa garra e a nossa vontade de ser melhor.
Estamos avançando, progressivamente como deve ser, mas com certeza mais rápido do que imaginamos, porque somos inquietos e buscadores da verdade celestial que somente será conhecida quando chegarmos nos patamares mais altos da evolução espiritual.
Nós, seres humanos, devemos nos considerar o orgulho da criação. Não acreditávamos que chegaríamos tão longe, pois achávamos que um dia nos destruiríamos. Mas, ao contrário disso, estamos demonstrando nossa capacidade de nos reinventar, aprender com nossos erros e amar uns aos outros, assim como nosso Pai quer que seja.
NAVEGANTES DA ESPIRITUALIDADE.
Kommentare