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DESPERTAR ESPIRITUAL

Atualizado: 11 de abr.

Desencarnei em um acidente horrível e fatal. Só me lembro de abrir os olhos, e ver que do meu braço jorrava uma enorme quantidade de sangue. No mesmo instante, meus olhos se cerraram para não mais se abrir.



Foi um acidente de carro. Nem sei se fui a culpada ou se houve outro. Não sei por que aconteceu. Não sei se, cansada, acabei dormindo no volante. Só sei que a pancada na traseira de um enorme caminhão foi grande e eu não resisti aos ferimentos.


Lembro-me que, quando despertei no plano espiritual, acreditando estar viva, já não estava mais no meu carro; estava em outro lugar, muito escuro. Parecia que era noite.


Eu me levantei, tentei enxergar o que estava ao meu redor, mas minha visão estava turva e eu não via nada. Fui caminhando na direção que meu nariz apontava, sem saber para onde ia.


Sabia que estava pisando em lama e não imaginava onde estava.


Sentia muitas dores no corpo. E na minha mente vinham alguns flashes do acidente que eu havia sofrido. Eu não sabia se o que eu estava vivendo naquele momento era um sonho ou se eu havia sonhado com o acidente. Tudo estava muito confuso e eu não encontrava respostas.


Continuei caminhando e aos poucos fui percebendo outras pessoas próximas a mim. Meus sentidos foram se aguçando e além de percebê-los comecei a ouvi-los também.

O estranho é que eles não estavam conversando uns com os outros; estavam falando sozinhos, muitos discutindo consigo mesmos. Era uma coisa louca. Parecia que eu estava em um sanatório, mas pelo ambiente sombrio, sabia que não era.

Ainda perdida e assustada com tudo o que estava vendo, topei de frente com um senhor que vinha de cabeça baixa em minha direção. Quando pedi desculpas pelo encontrão, ele levantou a cabeça e pude perceber a tristeza avassaladora em seu olhar.


Nunca tinha me deparado com alguém com tamanha tristeza no olhar. Aquilo para mim foi um baque. Era como se além de ver a sua feição triste, pudesse sentir a sua tristeza.


Ele acenou com a cabeça, desviou e passou por mim. Eu não contive a curiosidade e perguntei se poderia ajudá-lo. Ele, parando onde estava, se virou e disse que o único que poderia ajudá-lo era Deus. E eu disse, então peça a ele, com muita compaixão.


O homem tentou novamente se afastar, mas eu questionei se ele sabia onde estávamos. Ele olhou profundamente nos meus olhos e me perguntou se eu realmente não sabia. Eu acenei com a cabeça negativamente, dando a entender que não.


O senhor desconhecido, com ainda mais tristeza no olhar, me disse que estávamos no purgatório. Eu tomei um susto, um susto tão grande que minhas pernas bambearam e eu só não caí porque o mesmo senhor me segurou.


No mesmo instante me lembrei do acidente e questionei se havia morrido. Ele, com muita serenidade, disse que sim e que todos ali estavam mortos. Perdidos em seus próprios pensamentos, culpas e ressentimentos.


Aquela informação para mim foi como uma avalanche que me cobriu de neve e gelou todo o meu corpo, me deixando em estado de choque, por imaginar e acreditar que estava morta.


O homem então, sem saber o que fazer, me colocou sentada no chão lamacento e partiu, sem dizer mais nenhuma palavra. Fiquei horas sentada no mesmo lugar, relembrando minha vida, família e acidente.


Entendi o porquê daquela tristeza no olhar daquele senhor e a forma como as outras pessoas passavam por mim falando sozinhas e se lamentando.


Por muito tempo eu fiquei naquela condição. Sem saber o que fazer, pois por mais que tivesse fé em Deus, não tinha conhecimento sobre a espiritualidade. Fui para aquele lugar pelo mesmo motivo que os outros que ali estavam. Eu nunca fui má pessoa, mas carregava dentro de mim muitos ressentimentos e remorsos.


O tempo passou e conforme eu fui me interiorizando, fui me conhecendo e me livrando de algumas mágoas, pois entendi que também cometi muitos erros, mas minha vaidade e meu orgulho não permitiam que eu enxergasse.


Conforme eu fui me libertando, meu espírito foi ficando mais leve e certo dia recebi um convite para sair daquele lugar. Aceitei na hora. No mesmo instante fui socorrida e levada a um posto de socorro.


Lá, cuidaram do meu corpo astral e rapidamente restabeleci minhas forças. Depois de ficar bem, passei a auxiliar aqueles que estavam sendo resgatados. Trabalhei e estudei naquele lugar por muitos anos e hoje, tenho um cargo de chefia no posto de socorro, próximo à crosta da terra.


Tenho muito orgulho de quem me tornei. Sou muito feliz fazendo o que faço. Nunca imaginei que teria condições de ajudar pessoas como faço hoje. São muitos os sofredores que vivem na escuridão da própria ignorância, necessitando de compaixão, amparo e carinho.


Eu, como muitos espíritos em evolução, despertei somente sofrendo na espiritualidade, mas digo que todos são capazes de despertar a própria consciência vivendo na carne. E, quanto antes fizerem isso, melhor.


Não importa qual seja sua crença, todos os caminhos levam a Deus e têm a missão de tornar uma pessoa melhor, desde que você consiga aprender e praticar tudo que vem sendo ensinado.


Deus é justo e bom o tempo todo, e todos os seus filhos têm os caminhos e as possibilidades de se livrarem das sombras, buscando a luz através do conhecimento.


Não procrastine mais sua ascensão espiritual. Busque isso hoje, antes que seja tarde, e você precise passar pelo que eu passei para aprender.


NAVEGANTES DA ESPIRITUALIDADE

(Relato Espiritual)

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