Eu sempre fui um homem duro, rude e muito endurecido em relação aos sentimentos. Sofri muito por isso no final da minha vida, pois sentia a necessidade de demonstrar meu imenso amor por todos aqueles que amava, mas fui incapaz de dizer antes da hora derradeira.
Passei para o plano espiritual lamentando meu desencarne e a falta de coragem de demonstrar o amor que sentia por minha esposa e meus filhos.
Perambulei por muito tempo, entre o material e o espiritual, sem entender que havia desencarnado.
Visitava minha filha, meu filho e minha esposa, via meus netinhos correndo pelos quintais e não podia, naquele momento, abraçar e dizer que os amava.
Como sofri por isso, como lamentei minha morte naquela situação, me questionei e me culpei tanto por ser como fui. Não tinha ideia de como seria o pós morte, mas sabia que não queria morrer sem dizer o que sentia a todos que me rodeavam.
Sentia o amor deles, o carinho, a preocupação e todo cuidado que tiverem antes da minha partida, mas fui incapaz de ser o homem que eu, hoje, gostaria de ter sido.
Desencarnei e ninguém jamais me ouviu dizer “eu te amo”.
Meu Deus que dor! Que tristeza e angústia ainda sinto no meu coração, por não ter feito isso.
Hoje choro muito e não consigo me perdoar por ter agido desta maneira. Fui tão duro comigo mesmo, me fiz tanto mal e não pude demonstrar nem meu amor, muito menos meu arrependimento a todos que amo tanto.
Por isso digo e peço que publique está mensagem, não façam como eu, sejam diferentes, transparentes, demonstrem seus sentimentos e digam as pessoas o quanto as ama, enquanto há tempo, pois depois do túmulo, para maioria, não será mais possível dizer.
Eu espero muito fazer por merecer um reencontro com todos que amo, para que eu possa demonstrar tudo que sinto, tirar de dentro do meu coração todo sentimento de amor entalado aqui dentro, que não fui capaz de colocar para fora.
Afirmo a vocês que o amor também faz mal, para quem não sabe usufruir deste sentimento e principalmente demonstra-lo, para falar a verdade, nem eu sabia que amava tanto essas pessoas que partilharam a vida terrena comigo.
Amei e ainda amo tanto.
Um dia, com a permissão divina eu terei a oportunidade de demonstrar.
Obrigado pela oportunidade de dar meu relato e por poder compartilhar a minha dor, na intenção de mostrar a todos que, mesmo mergulhados em seus afazeres diários e por mais endurecidos que sejam, não podem deixar de demonstrar amor e carinho à aqueles que lhes são caros, pois acreditando que um dia teria coragem de dizer, meu tempo acabou e eu não disse “eu te amo” a quem deveria ter dito e merecia ouvir.
NAVEGANTE DA ESPIRITUALIDADE - RELATO ESPIRITUAL
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