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JORNADA ESPIRITUAL: ENTRE A FÉ E A ACEITAÇÃO DO MISTÉRIO

Atualizado: 15 de fev.

A jornada espiritual representa uma busca incessante por compreensão, iluminação e conexão com a espiritualidade. Em momentos de necessidade e aflição, muitos de nós procuram refúgio na fé e nos mensageiros, guias e entidades, encontrando consolo e orientação.



Contudo, é intrigante observar como, quando as circunstâncias melhoram, nem sempre mantemos o mesmo compromisso com nossos valores espirituais, compromissos e respeito. Como podemos explicar essa incoerência?


Para compreender essa aparente contradição, é fundamental reconhecer a complexidade da natureza humana. Somos seres sujeitos a influências, emoções e circunstâncias em constante mudança. Nossa fé e espiritualidade podem ser profundas, mas também somos falíveis e suscetíveis a momentos de fraqueza e dúvida.


O desejo de questionar a mensagem de um espírito consolador, orientador ou mensageiro pode ser motivado por um ego inflado ou pela busca de segurança em nossas convicções. É fato que a convivência e contato mais direto com quem se manifesta e o instrumento (médium) podem levar o assistido a perder a referência inicial.

Entretanto, essa atitude contraditória muitas vezes é o resultado de nossa própria dificuldade em aceitar o inexplicável, o invisível e o incompreensível. Inicialmente, nada disso era contestado; pelo contrário, servia como amparo para fundamentar a necessidade de ser assistido em nossas demandas. O ego humano anseia por controle e compreensão, mas a espiritualidade muitas vezes reside no mistério e no desconhecido.

A humildade é uma virtude essencial na jornada espiritual. Devemos reconhecer nossos limites e nossa incapacidade de compreender completamente o espiritual.


A espiritualidade não exige fé cega, mas sim a disposição de acreditar no que não podemos explicar totalmente. Nossa capacidade de entender e compreender é limitada, e é precisamente essa limitação que nos desafia a confiar e acreditar, para que possamos criar o ambiente para o amparo, ou perder valiosa oportunidade de aprender.


É crucial lembrar que, mesmo quando recebemos orientações espirituais que nos agradam e nos ajudam, não devemos nos tornar cegos na fé.


A fé genuína não é abalada por desafios ou dúvidas; ela se fortalece através da adversidade, da continuidade e na fiel coerência de simplesmente acreditar. Quando somos confrontados com nossos erros e falhas, em vez de nos revoltarmos, devemos ver isso como uma oportunidade de crescimento espiritual. Ficar indignado ou questionar em vez de buscar aprendizado e compreensão nos fecha portas e priva pessoas de avanços importantes em seu crescimento.


A busca espiritual requer responsabilidade pessoal. Não podemos transferir a responsabilidade por nossas ações, escolhas e crenças para entidades e mensageiros espirituais. Em vez disso, devemos assumir a responsabilidade por nossas vidas e nossas decisões, buscando orientação espiritual como um guia, não como uma muleta.


Os espíritos são influenciados e por vezes dependem das energias do ambiente e das emoções. Portanto, nossa disposição de aprender, crescer e aceitar a responsabilidade impacta diretamente na qualidade das manifestações e na orientação que recebemos. Muitos acabam culpando ou questionando em vez de se questionar.


Devemos lembrar que os espíritos não são infalíveis e estão sujeitos a influências, assim como nós. No entanto, são muito mais evoluídos, com visão além de nossa compreensão, caminham com o tempo e o tempo deles é outro. Estão à frente, por isso, têm a capacidade de ajudar e orientar sobre nosso destino, sem tirar de nós o direito de escolha e livre arbítrio.


A espiritualidade e a jornada interior nos ensinam a compreender a natureza humana em sua totalidade. Reconhecem que somos seres em constante evolução, sujeitos a falhas e contradições. Em vez de julgar, a espiritualidade nos convida a compreender e apoiar uns aos outros na jornada espiritual. E devemos ter total respeito e compreensão para com os mensageiros espirituais, nunca julgando-os em suas ações, pois estas são reflexos de nossas próprias energias.


Ter tal postura nos leva a uma evolução natural e segura. O desafio é crescer, superar nossos limites e nos tornar seres mais compassivos e amorosos.


Portanto, a incoerência que observamos em nós mesmos e nos outros pode ser vista como parte desse processo de aprendizado e crescimento.


Quando confrontamos a incoerência espiritual nos outros e na espiritualidade, e não em nós mesmos, acabamos nos prejudicando, nos privando. Somente o amor e a compreensão desempenham papéis fundamentais. Em vez de julgar ou impor nossos conhecimentos, devemos praticar a empatia e valorizar a caminhada realizada, pois é do que vivi ontem que saberei fazer melhor hoje para me preparar para amanhã.


Lembre-se de que cada indivíduo está em sua própria jornada espiritual, e todos enfrentam desafios e dúvidas em momentos diferentes. Todos esperam compreensão, respeito e não julgamento.


Portanto, ao nos depararmos com a incoerência em nossa própria jornada ou na dos outros, lembre-se de praticar o amor, a compreensão e a aceitação do mistério. Essas são as chaves para uma jornada espiritual mais profunda e significativa, e é assim que podemos inspirar outros a trilhar o caminho da autenticidade espiritual.


Somos iguais, embora totalmente diferentes. Sou um navegante nos mistérios da espiritualidade, seja você também!


NAVEGANTES DA ESPIRITUALIDADE

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