Em sua encarnação anterior, Marinheiro Gerson foi um jovem francês que, enquanto viajava pelos mares com sua família, naufragou e foi o único sobrevivente. A maré o levou até uma praia em Moçambique, onde ele foi socorrido e acolhido com muito amor e carinho por mulheres moçambicanas, que cuidaram dele e o ensinaram sobre a cultura local.
Ele teve uma vida de aprendizado em meio a tantas adversidades, mas mesmo assim, esse espírito grandioso sempre se manteve como uma alma amorosa, carinhosa e dedicada aos outros. Ele aprendeu a arte da culinária e se tornou um sábio conselheiro na aldeia que o acolheu. Sua sabedoria e bondade eram inquestionáveis, e ele se tornou um líder respeitado entre as pessoas da comunidade.
Como a existência é repleta de ciclos, ele desencarnou e tempos depois foi reconduzido a uma nova reencarnação. Desta vez, nasceu em outra cidade europeia, branco como a neve e com olhos azuis como o céu. No entanto, desta vez, não nasceu em uma família abastada, mas sim em uma que não tinha condições financeiras de cuidar dele.
Assim, com apenas três anos, foi deixado às portas de um orfanato.
Foi um momento de muita dor e tristeza para aquela criança. Ele sentiu muita falta de sua família e sofreu muito com o abandono. Contudo, o destino sorriu para ele, mesmo que ele não entendesse completamente os mistérios da vida e sofresse diariamente no ambiente em que vivia. Certo dia, um velho navegante bondoso que estava passando por aquele lugar resolveu adotar uma criança e levou-o em uma viagem pelo mar.
Durante a viagem, o velho compartilhou seu conhecimento sobre o mar, a vida e seus mistérios, deixando claro ao garoto que devemos nos manter sempre fiéis aos nossos valores, independentemente das dificuldades que enfrentamos. O velho, após passar um longo tempo no mar com o menino, se apegou a ele e sonhou em transformá-lo em um marinheiro de primeira grandeza. Foi nessa ocasião que, pela primeira vez, o chamaram de Marinheiro Gerson, nome pelo qual sua história foi eternizada e ele passou a ser conhecido, tanto no plano material quanto no espiritual, até os dias de hoje.
A viagem pelo mar o levou mais uma vez a Moçambique, um lugar que o velho do mar também apreciava muito. Eles desembarcaram e passaram um tempo lá, até que, infelizmente, quando o menino tinha apenas cinco anos, o velho adoeceu e desencarnou, deixando-o sozinho novamente.
Surpreendentemente, nesta nova encarnação, ele foi novamente acolhido pelas mulheres daquele lugar.
Elas passaram a cuidar dele e a ensinar-lhe a cultura local, mas logo perceberam que ele tinha muita aptidão e facilidade para aprender, pois não sabiam que ele carregava todo o conhecimento adquirido em sua vida anterior em sua bagagem espiritual. Logo perceberam que ele era um menino especial. Lá, já conhecido como Marinheiro Gerson, ele viveu uma vida de amor e dedicação ao próximo, assim como em sua encarnação anterior, tornando-se um exemplo de bondade e sabedoria.
Sua convivência com os mais velhos, que o respeitavam muito, fez aflorar sua mediunidade e suas lembranças da encarnação anterior, fato que o deixou maravilhado, pois ele teve conhecimento em vida de que estava vivendo novamente naquele lugar que tanto amava, mas agora com os netos daqueles que o acolheram e um dia ele cuidou.
Nessa nova vida, ele teve uma convivência mais próxima com um velho curandeiro, que o auxiliou a aprimorar seus dons espirituais e sua mediunidade. Desde então, ele passou a assimilar as lembranças da vida anterior e a sentir uma conexão profunda com o mundo espiritual e a natureza. Sua caridade auxiliou muitas pessoas a superar seus problemas, curando suas feridas físicas e emocionais.
Os mestres e anciãos da aldeia, sentindo o potencial e o coração puro daquele jovem, encantaram-se com ele em vida, e sua conexão com os animais e a natureza floresceu, a ponto de ele desenvolver uma comunicação espiritual com todos os tipos de vida existentes naquele lugar, pois adquiriu o conhecimento da magia e dos mistérios da vida, ainda encarnado.
Seu conhecimento em culinária servia para alimentar os mais necessitados, preparando refeições nutritivas e saborosas para os doentes e miseráveis. Além disso, ele sabia como manipular as ervas para cuidar dos doentes.
Marinheiro Gerson viveu até se tornar um ancião. Ele não sabia ao certo quantos anos tinha, mas isso não importava. Ele tinha vivido duas vidas materiais e sabia que aquela era apenas mais um ciclo. Partiu em paz, deixando para trás um legado de amor, bondade e sabedoria. Depois de sua morte, as pessoas da aldeia decidiram homenageá-lo, criando um jardim e construindo uma pequena estátua em sua memória, no mesmo local onde ele cultivava flores e outras plantas frutíferas e medicinais.
O local se tornou um lugar de paz, cura, meditação e devoção, onde as pessoas podiam sentir a presença do sábio e encontrar inspiração para suas próprias vidas. As pessoas que tiveram a oportunidade de conhecê-lo até hoje se referem a ele como um sábio, um espírito cuja experiência como encarnado foi uma lição para todos. Sua história ainda é lembrada como um exemplo da força e da sabedoria que podem ser encontradas em vidas que parecem difíceis e adversas.
Esse espírito, que se manifesta na Terra com o mesmo nome, continua a inspirar as pessoas a serem melhores e a buscarem a sabedoria interior que todos possuem, para que possam nutrir compaixão e amor uns pelos outros. Seus ensinamentos continuam se propagando entre as pessoas e através do tempo.
Tem uma história que quero contar...
Um dia, um jovem casal foi até o Marinheiro Gerson em busca de ajuda. Eles estavam desesperados porque a filha, de apenas 6 anos, estava gravemente doente. Eles já haviam tentado de tudo com a orientação da medicina convencional, mas nada parecia funcionar.
Quando chegaram até ele, narraram toda a história e, em seguida, ele os levou até a cozinha, onde os alimentou e pediu que tomassem banho e fossem descansar, pois ficariam ali por alguns dias. Depois completou: "Se vocês tiverem fé e abrirem seus corações para a energia deste lugar, talvez possamos encontrar a cura para a menina".
O casal seguiu o conselho do Marinheiro Gerson e passou dias com ele meditando em contato com a natureza, tomando banhos com ervas do local e suplicando aos espíritos encantados da natureza a cura da filha. Foi um momento mágico e de grande interação com a espiritualidade, pois o casal realmente acreditou que era possível.
E, magicamente, como se fosse um milagre que muitos buscam, mas poucos alcançam, a menina começou a melhorar. Seu estado de saúde foi melhorando a cada dia, e em pouco tempo ela estava completamente curada. Para muitos, foi um milagre; para o marinheiro Gerson, foi somente a ação da força da natureza, atendendo às súplicas fervorosas de uma mãe.
O casal ficou maravilhado com o ocorrido. Depois da cura, decidiram ficar por mais alguns dias, em agradecimento. Durante esse tempo, eles conheceram outros peregrinos e curandeiros que também haviam sido inspirados pelo Marinheiro.
E foi assim, por conta de situações como essa e outras que ocorreram diversas vezes, que a história do sábio homem branco de olhos azuis se perpetuou naquele lugar, na espiritualidade e no tempo.
Essa é uma breve história, um simples relato de um espírito que continua a inspirar as pessoas através do amor, respeito, compaixão, paciência e fé.
Em sua presença, podemos sentir uma energia de paz e tranquilidade, na qual toda simplicidade nos encanta e passa a viver dentro de nós, desde o primeiro contato. Eu, que narro sua história, sou um grande amigo e o tenho como minha luz, razão da minha evolução e aprendizado.
Quem sabe em breve eu possa trazer mais uma de suas passagens pela Terra, como Marinheiro Gerson.
NAVEGANTES DA ESPIRITUALIDADE
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