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O VENENO DA MALEDICÊNCIA: UMA JORNADA DE REDENÇÃO

Atualizado: 24 de jun.

Na escuridão onde sempre era noite e a luz não alcançava, entre nuvens carregadas de energia negativa, o sofrimento e a dor dominavam os corações duros e insensíveis ao amor.


O Poder da Palavra

Nunca imaginei que passaria por tal situação em minha vida. Na verdade, nem acreditava nessas coisas, pois devido à minha religião na Terra, pensava que após a morte seria um sono profundo, onde eu permaneceria dormindo e descansando até o dia do juízo final, quando Jesus retornaria para separar os bons dos maus e levar os justos ao céu.

 

Sentia-me preparado e merecedor para adentrar o reino dos céus, pois durante toda minha vida “jamais” fiz mal a alguém, pelo menos assim eu pensava. Porém, ao despertar do outro lado, vi que as coisas não eram como imaginava.

 

Meu despertar foi difícil e a forma como me tiraram desse sono profundo foi com grosseria, maldade e insensibilidade. Aqueles espíritos zombeteiros e perseguidores só queriam me perturbar, não me deixavam dormir para que eu sofresse como eles.

 

Quando desencarnei vítima de uma doença degenerativa que afetou meu sistema nervoso e, no final, me impossibilitava até de me comunicar, parti para o mundo espiritual imediatamente. Para mim, tudo o que estava acontecendo parecia um pesadelo, mas não era. Era tudo real.

 

Despertei deitado no chão, cercado por vários espíritos que pareciam selvagens, gritando para eu acordar. Ao abrir os olhos, tomei um susto que é difícil descrever, foi horrível. Eles perceberam meu medo e desespero, e caíram na gargalhada, afastando-se como se só tivessem o prazer de me acordar naquele lugar.

 

O lugar era terrível, muito diferente do paraíso que eu imaginava. Era denso, escuro, horripilante e estranho para mim. Cheguei a pensar que estava no inferno, mas não queria aceitar essa ideia, pois não considerava que isso seria justo.

 

Vaguei perdido, tentando entender. Por muito tempo, não sabia se estava acordado ou não, mas o tempo foi passando e acabei aceitando aquilo como uma punição de um Deus punitivo, o qual me foi apresentado, para um homem justo que merecia estar ao seu lado.

 

Contudo, na verdade, demorei para entender e enxergar que eu não tinha sido um homem bom, apenas não fui mal diretamente. Não causei ferimentos físicos, mas minhas ações prejudicaram várias pessoas inocentes de forma indireta. Sem que soubessem.

 

A maledicência arruinou minha vida e a de muitas pessoas, e com o tempo percebi que estava pagando por isso. Eu falava mal de todos e ainda por cima era um fofoqueiro incorrigível. Não conseguia resistir à tentação de espalhar qualquer fofoca que descobrisse sobre a vida alheia.

 

Sempre me considerei muito esperto, inteligente e observador. Percebia tudo com facilidade, fazia minhas deduções e comprometia essas pessoas, comentando com outros sobre suas atitudes. Era como se eu fosse o detetive de suas vidas, expondo cada segredo e fraqueza.

 

Com isso, prejudiquei pessoas, afastei algumas da igreja, fiz com que outras perdessem o emprego, destruí relacionamentos duradouros e de amor verdadeiro, e levei algumas pessoas à depressão.

 

Tudo porque não conseguia conter meu ímpeto de falar mal da vida alheia. Deixei de cuidar da minha própria vida, da minha fé e espiritualidade, para praticar esse mal silencioso que destrói a vida de incontáveis seres humanos.

 

As pessoas afetadas, na maioria dos casos, nem sabiam que eu era a pessoa por trás dos escândalos, seja dentro da igreja, no ambiente de trabalho, no seio familiar ou no círculo de amizade.

 

Eu era discreto ao falar sobre a vida dos outros e sempre pedia segredo a quem eu contava. As pessoas, na esperança de ganhar minha confiança e descobrir mais sobre os outros, guardavam o segredo, mas eu mesmo acabava contando para todos.

 

Em algumas situações, narrei certos fatos para alguns interessados, alegando que estava fazendo isso em busca do bem e por compaixão, mas na verdade, o que eu realmente queria era ver o circo pegar fogo. Causar intrigas me dava prazer.

 

Somente depois de muito tempo do meu falecimento e do sofrimento que passei, eu percebi os erros que cometi. Passando a lamentar profundamente o mal que causei.

 

Nunca tive amigos de verdade, e ninguém me amava de verdade também. Depois que morri, as pessoas descobriram sobre as coisas ruins que eu fazia, como eu era enganador e manipulador. Quando estava vivo, ninguém percebia, porque eu sabia convencer e influenciar as pessoas.

 

Conforme fui refletindo e me interiorizando, comecei a me conhecer melhor, entendendo o quanto errei, machuquei e prejudiquei os outros. Por um tempo, sofri ainda mais, pois a culpa me castigava intensamente, e eu me afundava cada dia mais em tristeza. Com o tempo, porém, a culpa deu lugar ao arrependimento, e logo depois, à coragem de buscar redenção.

 

Passei então a compreender melhor a situação e a orar com mais fervor a Deus. Pedindo perdão pelas minhas falhas e, principalmente, pelas minhas blasfêmias. Entendi que Deus não estava me punindo, mas sim minha própria consciência que estava tentando me ensinar o caminho para sair daquele lugar.

 

Depois de muito tempo, já com um coração arrependido, fui resgatado e algumas pessoas que prejudiquei vieram ao meu encontro, demonstrando amor, compaixão e perdão, sempre em nome de nosso Mestre Jesus.

 

Essas pessoas, mesmo depois de eu ter magoado tanto com minhas palavras, vieram até mim com amor e compaixão, seguindo os ensinamentos de Jesus. Foi um gesto que tocou profundamente meu coração, me fazendo perceber o quanto fui errado e o quanto elas são verdadeiramente especiais. Foi como uma luz brilhante em meio à escuridão, mostrando-me o caminho do arrependimento, do perdão e da redenção. E por isso, serei eternamente grato.

 

Hoje, mais consciente e preparado, entendo completamente minhas ações e reconheço que todo sofrimento após a morte foi causado por minhas escolhas.

 

Eu sempre soube que estava errado, mas não tinha ideia do mal que estava causando àquelas pessoas, e estranhamente isso me trazia prazer. Nem eu mesmo entendo por que me sentia tão bem agindo assim, mas hoje me arrependo profundamente só de lembrar.

 

Espero sinceramente que, na próxima vez que tiver a oportunidade, eu não cometa os mesmos erros. Desejo voltar sem poder falar, para que minha língua não seja mais uma arma de destruição.

 

Confio que Deus, Pai de todo poder e bondade, me concederá uma nova chance em breve, e espero verdadeiramente ser capaz de aproveitá-la da maneira certa.

 

Que você, que acabou de ler esta mensagem, aprenda que há situações em que é melhor ficar em silêncio. Se não for para falar coisas positivas e construtivas, que você possa silenciar sua voz. Você não tem ideia do poder das palavras e como pode destruir uma pessoa, uma família ou uma reputação através da fala.

 

A palavra dita é como uma flecha lançada em direção ao alvo, ela não tem mais volta. E a maledicência é como veneno que envenena não só aquele que é alvo, mas também aquele que o lança.

 

Jesus passou por esta terra e, com suas palavras de amor, nos ensinou como viver em harmonia no coletivo. Eu, por outro lado, agi de forma contrária. Mas você, não importa sua idade, pode mudar isso. Se você gosta de fofocar, falar mal da vida alheia, inventar histórias comprometedoras ou aumentá-las, saiba que é e sempre será responsável por suas ações, para toda a eternidade.

 

Aquilo que você pensa que não causará mal, ou o que diz achando que está sendo sincero e verdadeiro, pode ter um desdobramento negativo inimaginável. Você terá que prestar contas à sua consciência espiritual, que após o desencarne, fará você lembrar de todas as suas ações, reações e escolhas.

 

Essa é a justiça divina e ela não falha. Aqui se faz, aqui se paga. Analise sua vida, suas atitudes, comportamentos e escolhas para que você possa talvez prever para onde elas estão te levando. Ainda há tempo.

 

NAVEGANTES DA ESPIRITUALIDADE.

Relato Espiritual

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