Certo dia, um sacerdote muito conhecido por sua sabedoria e ligação com a espiritualidade, reconhecido por muitos como um grande mestre, chamou um dos seus discípulos que mais se destacava entre os outros e informou que necessitava fazer uma viagem importante para auxiliar algumas pessoas, e que ele deveria assumir suas responsabilidades e tomar conta do templo por alguns dias.
O jovem ficou muito animado e entusiasmado, sentindo-se privilegiado por ter sido escolhido. No momento da partida do mestre, os dois se abraçaram e se despediram.
Assim que o mestre partiu, o jovem aprendiz sentiu o peso da responsabilidade e percebeu que não tinha experiência suficiente para realizar essa tarefa tão importante sozinho.
Ora, ele, de repente, viu-se à frente de um templo, no qual precisaria cuidar de tudo e de todos. Sentindo-se perdido diante da tarefa assumida, o jovem buscou a ajuda dos outros aprendizes, mas nenhum deles quis ajudá-lo, pois não se sentiam preparados e dignos para a função.
Frustrado, exausto e desesperançoso, ele desistiu de cumprir a missão e deixou o templo à deriva. Após alguns dias, o mestre retornou da viagem e ficou muito desapontado ao ver que o templo estava com um aspecto de abandono em situação lamentável.
Decidiu então ir ao encontro do jovem para perguntar o que havia acontecido, e este, não sabendo como se explicar, ajoelhou-se ante sua presença e pediu desculpas por ter fracassado em sua missão.
O mestre pediu ao jovem que se levantasse e, aproveitando a situação, deu-lhe uma lição, dizendo que a sua verdadeira missão não era assumir o comando do templo, mas cuidar dele. Além disso, prosseguiu dizendo que o jovem, diante da dificuldade encontrada, ao invés de se desesperar e deixar de cumprir com sua tarefa, deveria ter buscado uma conexão com sua espiritualidade para ter a tranquilidade e a sabedoria necessárias para enfrentar seus medos, que criaram dificuldades e negatividade. Assim, tentou ensinar ao jovem que no momento da dúvida e do pessimismo, ele não deveria ter buscado somente a ajuda dos outros aprendizes, mas sim recolhido-se interiormente para buscar a força e as respostas dentro de si mesmo.
Com isso, o mestre demonstra que o contato com a espiritualidade, seja através da mediunidade ou de qualquer outra ferramenta, precisa ser aprimorado ao longo da vida para que se possa utilizá-la da melhor maneira quando necessário.
Outro ensinamento importante que o mestre deu ao seu discípulo é que antes de buscar respostas no externo, devemos buscá-las interiormente, pois somos capazes de trazer diversas soluções para os nossos problemas e buscar forças para solucioná-los.
Quando buscamos uma conexão com o nosso Eu interior, silenciando nossos pensamentos, podemos nos conectar com a nossa espiritualidade, que traz de experiências pregressas uma bagagem de conhecimento muito além do que podemos imaginar.
O jovem entendeu que este é o caminho para se tornar um sacerdote, um instrumento da espiritualidade ou um medianeiro entre o mundo material e o mundo espiritual, podendo ajudar as pessoas, assim como seu mestre fazia.
O desenvolvimento da conexão com a espiritualidade está na prática diária.
Quando praticamos o bem, o amor e a caridade, estamos nos conectando com a espiritualidade de luz que nos acompanha, e quanto mais fortalecermos essa conexão e utilizá-la corretamente, mais nossas percepções se intensificarão e se tornarão evidentes.
Assim foi ensinado ao jovem aprendiz, e assim devemos assimilar.
Cada um de nós tem sua própria jornada espiritual a ser descoberta e aprimorada. Não importa se somos novos ou velhos, se temos ou não experiência, o importante é perseverar e confiar no tempo, sabendo que cada desafio é uma oportunidade de aprender, crescer e evoluir.
Portanto, essa parábola nos inspira a aprimorar nossa mediunidade, para que possamos nos conectar com nossa essência divina e cumprir nossa missão.
Não deixe de cuidar e aperfeiçoar o que é seu por essência, jamais se preocupando em ser o melhor, mas somente com a intenção de fazer a sua parte, sendo sua melhor versão.
Aprenda a conhecer, aprimorar, desenvolver e cuidar dos seus dons naturais, seguindo o curso do tempo que sempre está a seu favor, sem pressa e seguindo fielmente os ensinamentos dos mais velhos, assim você se tornará um bom mestre, pois antes de ensinar, aprendeu a praticar.
NAVEGANTES DA ESPIRITUALIDADE
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